Resenha CARTA DE AMOR AOS MORTOS

 


CARTA DE AMOR AOS MORTOS

Ava Dellaira






Tradução: Alyne Azuma.
Páginas: 344.
Gênero: 
Lançamento: 01/01/2014

 “Prestes a começar o ensino médio, Laurel decide mudar de escola para não ter que encarar as pessoas comentando sobre a morte de sua irmã mais velha, May. A rotina no novo colégio não está fácil, e, para completar, a professora de inglês passa uma tarefa nada usual: escrever uma carta para alguém que já morreu. Laurel começa a escrever em seu caderno várias mensagens para Kurt Cobain, Janis Joplin, Amy Winehouse, Elizabeth Bishop… sem nunca entregá-las à professora. Nessas cartas, ela analisa a história de cada uma dessas personalidades e tenta desvendar os mistérios que envolvem suas mortes. Ao mesmo tempo, conta sua própria vida, como as amizades no novo colégio e seu primeiro amor: um garoto misterioso chamado Sky. Mas Laurel não pode escapar de seu passado. Só quando ela escrever a verdade sobre o que se passou com ela e com a irmã é que poderá aceitar o que aconteceu e perdoar May e a si mesma. E só quando enxergar a irmã como realmente era - encantadora e incrível, mas imperfeita como qualquer um - é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.”




     Aproveitando que estamos no Setembro Amarelo, escolhi esse livro para indicar, pois – choquem-se – eu amei demais.

     Quem me conhece sabe que, em tudo que consumo, sempre busco além da história que me é apresentada. Procuro sempre olhar com um olhar mais profundo, para que seja algo, além de prazeroso, produtivo e de ensino pessoal. A questão que quero levantar aqui é que com esse livro eu nem precisei me esforçar para fazer isso. A autora consegue nos aproximar tanto dos sentimentos e intimidade da personagem que mesmo sem querer somos levados a fazer uma viagem reflexiva sobre valores, dores, perdas, amor e vida.


“Às vezes agimos porque estamos sentindo tantas coisas dentro de nós e não percebemos como isso afeta os outros”


     O que era para ser apenas um dever de casa, acaba se tornando uma autoterapia - tanto para personagem, quanto para os leitores. O livro conta a história de Laurel a partir de cartas endereçadas a celebridades falecidas. Ela é uma jovem que, além de estar tentando superar a morte da irmã, está sofrendo com uma crise de identidade. Mesmo com muitos problemas adolescentes a autora consegue trabalhar com emoções profundas de uma maneira gostosa e poética, não deixando o livro bobo e fútil.


“Talvez amadurecer significa que você não precisa ser uma personagem seguindo um roteiro. É saber que você pode ser a autora.”


     É uma narração dramática, de peso e reflexiva. Temos uma personagem que guardou para si seus sentimentos, os quais vai soltando ao decorrer das páginas, dando para nós - leitores - a impressão de que estamos ganhando sua confiança, e isso nos leva a olhar situações com um olhar diferente. Um olhar empático.


“É o que amor verdadeiro significa: deixar alguém ser ele mesmo”


     Queria ressaltar que eu consegui refletir muito sobre mim lendo esse livro e sobre meu próximo também e é justamente isso que Ava consegue nos proporcionar através da vida de Laurel. Reflexões importantíssimas sobre o amor e a dor; e de como muitas vezes precisamos deixar algumas coisas simplesmente irem.


“Se quisermos que alguém nos conheça, precisamos nos revelar a essa pessoa."


     Se você ainda não leu esse livro, eu recomendo muito que faça essa viagem no interior de Laurel e consuma o máximo que essa personagem tem a oferecer através de seu próprio aprendizado. É um livro fofo, gostoso e lindo. Tenho certeza que não terão arrependimentos.


“Uma história brilhante sobre a coragem necessária para continuar vivendo depois que nosso mundo desmorona. Uma celebração comovente do amor, da amizade e da família.” - Laurie Halse Anderson, autora de Fale!

“Assim como Kurt, Janis, Amelia e outros que já se foram mas de algum jeito permanecem aqui, Cartas de amor aos mortos deixa uma marca indelével.” - Gayle Forman, autora de Se eu ficar


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