resenha O HOMEM DE GIZ

 


O HOMEM DE GIZ

C. J. Tudor




Tradução: Alexandre Raposo.
Páginas: 272.
Gênero: Policial, Suspense e Misterio.
Lançamento: 2018.

 “Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes.

Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás.”.

                                                                                                                                                                      

Se você gosta de It – A Coisa ou Stranger Things provavelmente vai amar esse livro.

Eu confesso que para mim a ideia de um grupo de crianças ou jovens (com apenas uma menina) andando de bicicleta pela cidade e acontecendo alguma tragédia é meio saturada. Talvez pelo grande sucesso dos títulos citados? Talvez. Mas eu não poderia dizer - de jeito algum - que isso incapacita uma nova história com um padrão semelhante ser completamente fantástica.


"Este é o problema com os adultos: às vezes não importa o que você diga, eles só ouvem o que querem ouvir."


O homem de giz se passa em dois períodos: 1986, quando os protagonistas possuem 12 anos; e em 2016, quando já estão na casa dos 40. E ao analisar essa característica de tempo, vejo como foi necessário remeter essa ideia das crianças, das bicicletas e das pequenas encrencas para trazer essa “vibe anos 80” que conseguimos perceber em outras obras como: Et, Os Goonies, Conta comigo e muitos outros. Não tem como ler isso e não pensar imediatamente na palheta de cores, nos estilos das casas, nas vestimentas e tudo que compõem a cena de maneira específica e é por isso que eu acho super válido e certeiro o que a autora fez.


"Se quiser se agarrar a alguma coisa, é necessário se agarrar a cada parte dela. Para se lembrar de seu tempo e lugar."


Esse livro foi, como sempre diz meu amigo Davi Marcelgo do blog Aranhazete, “um soco no estômago”. Assumo que no começo eu achei que ia ser apenas mais um clichê, porém a expressão é muito bem colocada, pois eu, com toda certeza, fiquei sem ar com o final dessa narrativa. Não quero dar spoiler para vocês, mas eu fiquei totalmente boquiaberto com, literalmente, a última página. Quando eu achei que não podia me surpreender mais... BUM.


"Acho que foi a primeira vez que compreendi como as coisas podem mudar de uma hora para outra. Como tudo o que temos por certo pode ser arrancado de nós."


Sim, você é surpreendido direto com esse livro e a autora consegue fazer isso de uma maneira muito certa. Ela soube quando acabar um capítulo e como nos prender na história, ainda mais se você gosta de tentar dar uma de detetive.


"Achamos que queremos respostas, mas o que de fato queremos são as respostas certas. É a natureza humana. Fazemos perguntas esperando que nos digam a verdade que queremos ouvir. O problema é que não podemos escolher nossas verdades."


Eu não tenho nada a reclamar desse livro. Ele é muito bom, gostoso de ler, é lindo e possui uma narrativa surpreendente. Os personagens são totalmente bem construídos com características próprias e marcantes, não são apenas nomes jogados durante a história; eles possuem uma identidade e ela se mantém coerente do começo ao fim. Tenho certeza de que vão se surpreender e como eu, desejar mais.


"Você precisa entender que ser uma pessoa boa não é cantar hinos ou orar para algum deus. Não se trata de ostentar uma cruz ou ir à igreja todo domingo. Ser uma boa pessoa tem a ver com a maneira como você trata os outros." 



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